TRADUÇAO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

16.-- Uma segunda-feira parisiense

ANO
 11

FÉRIAS 03/24
EDIÇÃO
 3248
Para mim, talvez, uma das marcas mais significativas do estar em férias é o quanto os dias da semana não têm as marcas dos ditos dias úteis e dos dias festivos. Quando estou em férias, todos os dias para mim têm aquela sensação gostosa do entardecer de uma sexta-feira. Então, somos embalados por encantadoras futurições que se fazem promessas. Esse ser expectante me encanta. Algo semelhante à sabedoria popular que ensina que “o melhor da festa é encerrar por ela”.
A nossa segunda-feira foi em local que teve ter sido atração em quase todas as nossas estadas em Paris nesses 28 anos: O Centre Georges Pompidou, ou Centre Beaubourg como dizem os parisienses, sem dúvida nenhuma é um dos museus mais incríveis da cidade.
Há quem diga que ele é o Louvre da Arte Moderna. Não só pelo seu acervo enorme, um dos maiores do mundo na categoria arte moderna e contemporânea, mas também pelo seu prédio supermoderno que casa perfeitamente com as obras ali expostas, assim como o Louvre combina magnificamente bem com as suas.

Com sua estrutura de vidro e metal e condutos nas cores vermelha, verde e azul, o edifício do Centro Pompidou foi objeto de polêmica em sua criação, sendo qualificado na época de "refinaria" e "fábrica de gás". Hoje é tão emblemático da paisagem parisiense quanto a Torre Eiffel.
Nesta segunda, mesmo que ali passássemos algumas horas, reservamos a apenas duas exposições temporárias entre muitas possibilidades dentre os acervo permanentes e temporários.
A primeira Magritte: La trahison des images, não apenas nos encantou, mas exigiu muitas reflexões a partir das múltiplas interrogações das obras de um dos principais artistas surrealistas belgas René Magritte (1898 ― 1967). Pintor de imagens insólitas, às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou-se de processos ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos.
Suas obras são metáforas que se apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu coco, o castelo, a rocha e a janela, entre outros mais, porém de um modo impossível de ser encontrado na vida real.
Das muitas obras importantes destaco duas, que há muito conhecia e eram das maiores atrações da exposição: Ceci n’est pas une pipe e Ceci n’est pas une pomme e que reproduz aqui. A minha escolha é Princípio da incerteza (reproduzida ao lado). 
A segunda das exposições foi Cy Twombly (1928 — 2011) tido como um dos maiores pintores estadunidenses do século 20. Ele diz de suas obras que ‘parecem coisas de crianças, mas não são infantis. Na exposição há cerca 140 obras (pinturas, esculturas, desenhos, fotografias) trazidas de coleções públicas e privadas através do mundo.
Esta é uma pálida amostra de uma de uma sumarenta e fria segunda-feira parisiense que me agrada repartir com cada uma e cada um dos meus leitores. Convido a um reencontro amanhã.
Dedico esta blogada a Liba Knijnik que me ensina a valorizar museus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário