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terça-feira, 29 de novembro de 2016

29.- Inviagens

ANO
 11
Em www.professorchassot.pro.br Livraria Virtual está
Das disciplinas à indisciplina
EDIÇÃO
 3228


Este texto está muito marcado pela dor causada pela mortes ocorridas com a queda do avião que levava a Chapecoense.

Neste mês de novembro, quase no ocaso, no dia 9, escrevi uma blogada “Estou, mas não estou”. Estava em Barreiras, a convite do curso de Química da Universidade Federal do Oeste da Bahia e não fui à universidade, pois esta estava ocupada por estudantes. Fiz palestras, dei minicurso, autografei livros... no complexo do Senai/Sesi de Barreiras. Assim a UFOB é realmente uma universidade que ‘fui, mas não fui’.   
Na sexta-feira que passou, voltava de Manaus (na semana anterior fora a Boa Vista em Roraima, de onde trouxe pingos e respingos para a edição anterior) e na longa viagem avaliava as minhas falas manauaras no Encontro Nacional de Estudantes de Ciências   da Natureza, na comemoração dos 50 anos do curso de Ciências Naturais da UFAM e projetava falas que faria nesta semana em Belém, no VIII Seminário Nacional sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais. Não raro nos repetimos, mas sempre ressaltam pontos que exigem reescritas. Isso era um bom assunto também para os entre cochilos em mais uma das repetidas travessias de Norte a Sul.
Mas, ainda na sexta recebo comunicado que analisa que: “como é conhecimento de todos, o país vive turbulências. Elas se manifestam tanto na vida econômica quanto na esfera política, assumindo dimensões diversas a depender do ambiente do qual tratamos — se nacional, estadual, ou municipal. A Universidade Federal do Pará participa desse movimento de modo intenso. A comunidade universitária encontra-se mobilizada atuando por meio de ocupações e paralizações que suspendem a rotina universitária em prol das discussões que o momento impõe. Diante disso, as atividades acadêmicas são, necessariamente, redimensionadas, em função do reordenamento de espaços e de reorganização de pessoal com vistas a manutenção do movimento político e da busca pelo alcance de seus objetivos”. E em face disso o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais (Núcleo Gera) considera ser impossível realizar os eventos acerca da Formação de Professores e Relações Étnico-Raciais, previstos para o período de 30 de novembro a 2 de dezembro de 2016.
Restou-me escrever: “Lamento muito. Havia muita expectativa. Mas se for para mostrar ao Temer e seus asseclas o que eles estão fazendo com o Brasil, confortemo-nos mutuamente”.
Um pouco antes recebera notícia de inviabilidade de realização de atividade que faria em dezembro no campus de Barra do Garça na UFMT. E as viagens de dezembro se transformavam em inviagens. Assim, ter estado, no segundo semestre deste ano em nove unidades da federação realizado mais de trinta fala, confere-me, no último mês do ano, uma obsequiosa abstinência de viagens e falas.
A frustração de não ir a Belém tinha outros ingrediente. Seria uma das raras situações em que a Gelsa e eu íamos como convidados a um mesmo evento e assim sonhávamos realizar um passeio a Ilha de Marajó. Os queridos amigos Conceição Cabral e José Carneiro já haviam desenhado um turístico fim de semana. As inviagens, também por isso, se fizeram mais amargas.

3 comentários:

  1. Admirado mestre
    obrigada pelo blog ..nunca deixo de ler
    com carinho
    Elzira

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  2. Vivemos fatos típicos de fim de ano? Parece que tragédias gostam destas datas...apenas senso comum. Há maior tragédia a que atinge nossa democracia?
    Sinto falta das blogadas diárias...

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