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domingo, 5 de julho de 2015

05.- NA LITERATURA...AS MULHERES (TAMBÉM) NÃO TÊM VEZ

ANO
 9
EDIÇÃO
 3057

Na semana que está terminando, por dever de ofício, li cerca de meia grosa (para quem já esqueceu: uma grosa = doze dúzia) de resenhas acerca do texto: A Ciência é masculina? É, sim senhora! produzidos por alunas e alunos de duas turmas da Licenciatura em Música do Centro Universitário Metodista do IPA. Este era um dos quatro textos que produziram na disciplina de Teorias do Desenvolvimento Humano, neste semestre.
Quase todos evidenciaram dois indicadores para justificar a hipótese, que depois de busca de explicações em nossos DNA se faz comprovoda: 1) a pesquisa do cientista estadunidense Michael Hart: “Quais os nomes mais significativos, em todos os tempos e em todas as geografias na história da humanidade? que apresenta como resposta uma lista de 100 nomes, dos quais apenas duas mulheres. 2) a contabilização da outorga dos Prêmios Nobel de Ciências em mais de um século, com menos de três por cento de mulheres laureadas em um universo de 575 premiados com os Nobel de Física, Química e Medicina ou Fisiologia.
Mesmo que conhecesse que desde 1901 já foram distribuídos 104 Prêmios Nobel de Literatura, dos quais apenas treze foram para mulheres, encontrei outro indicador significativo.
Em edição de junho do blogue de Nicola Griffith (Yorkshire, 1960; escritora, editora e ensaísta britânica de ficção científica) há informações significativas. Ela fez um levantamento dos livros de ficção premiados com os principais prêmios literários (Pulitzer, Man Booker Prize, National Book Award, National Book Critics, Hugo e Newbery), nos últimos 15 anos e chegou a conclusão de que — com exceção do Newbery, que se destina a premiar literatura infantil e juvenil — são mínimas as chances de um livro escrito por uma mulher e/ou com uma mulher como protagonista, ser premiado.
Em média, os livros premiados são, em sua maioria, escritos por homens com protagonistas homens. O predomínio masculino aumenta quanto mais prestigiado é o prêmio. Outro detalhe, quando mulheres são as vencedoras, seus livros, na maioria das vezes, têm homens, como protagonistas.
Em http://nicolagriffith.com/blog/page/2/ se pode encontrar gráficos de cada um dos prêmios e análises bem mais extensas das que eu trago. Ilustro com os dados de um dos prêmios mais prestigiados: o Pulitzer, nos últimos cinco anos. Agradeço a Carlos André Moreira, que fez o alerta em Zero Hora.
Confirma-se, uma vez mais, que não apenas a Ciência é masculina, mas a maior parte da produção humana, ainda, é masculina.

Um comentário:

  1. Soneto-acróstico
    Às evas

    Não há estigma qualquer que as defina
    Ou que nos diga que diferentes elas são
    São seres cuja cabeça o mundo ilumina
    Seja na ciência, na literatura, no condão.

    A mulher, nosso bom senso nos ensina
    Sapiente, engajada e eivada de emoção
    Madurece melhor que nós desde menina
    Ubérrima de ideias que para frente estão.

    Logo, é incompreensível que na ciência
    Haja essa espécie de tola discriminação
    E da literatura não devem ter ausência.

    Receio que o homem seja um fanfarrão
    Esquecido que a mulher é em essência,
    Seguramente dos problemas a solução.

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