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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

09.- No terceiro dia do tríduo um trio da Paz

Ano 6 *** PORTO ALEGRE

*** Edição 1954

Antes de adentrar naquilo que é central nesta edição: o terceiro dia do tríduo, que se iniciou na quarta-feira, tenho dois registros muito pessoais. Eles precedem o pautado para esta sexta-feira.

O primeiro: hoje meu filho Bernardo faz aniversário. Há 43 anos vivia pela primeira vez as fortes emoções de ser pai. Eram os dias do AI-5. Desde então tenho um grande amigo e um parceiro nas coisas da vida. O Bernardo e Carla, em 1999, me ensejaram as primícias do avonado, com o nascimento da Maria Antônia. É muito bom ter em minha vida muito presente este trio querido.

O outro: esta noite, dentro destes difíceis rituais de partidas, tenho mais um adeus. Dou a

minha última aula no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão onde além de orientador fui docente nestes 4,5 anos de Centro Universitário Metodista, do IPA. O tema da aula: “Escrever é preciso e precioso!” ocorre no Seminário de Pesquisa dirigido pelos meus colegas Prof. Dra. Marlis Morosini Polidori e Prof. Dr. Gilson Lima. Coloco na minha fala, como mote a frase de Pablo Neruda que ilustra este texto. Já me antecipo no curtir as emoções desta noite.

Hoje é último dia de nosso tríduo para entrarmos no clima do evento de amanhã, quando os reis da Suécia e da Noruega, em solenes banquetes outorgam em Estocolmo os prêmios Nobel de Física, de Química, de Medicina, de Literatura e de Economia e em Oslo, o da Paz. Certamente muitos de nós sonharíamos amanhã andar nas capitais destes dois reinos escandinavos.

Na quarta-feira contei um pouco da origem dos Prêmios Nobel, recordando a situa insólita que Alfred Nobel leu o seu próprio necrológio e por tal decide fazer o legado que está no excerto do testamento presente na edição do dia 7. Ontem vimos alguns dados sobre as diferentes premiações e vimos ratificado o quanto a Ciência é masculina e fizemos merecido destaque a uma estrela de primeira grandeza: Marie Curie. Este terceiro dia queria dedicar as três premiadas com o Nobel da Paz neste 2011 que amanhã serão agraciadas em Oslo. Já antecipo que a dica de leitura sabática de amanhã virá na esteira da celebração do Nobel.


O comitê Nobel anunciou que o Prêmio Nobel da Paz 2011 foi atribuído conjuntamente a Ellen Johnson Sirleaf, Gbowee Leymah e Karman Tawakkol "por sua luta não-violenta para a segurança das mulheres e pelos direitos das mulheres a uma plena participação no trabalho de construção da paz " [“for their non-violent struggle for the safety of women and for women’s rights to full participation in peace-building work’ (www.nobelprize.org/ nobel_prizes/peace/laureates/2011/)]".

A homenagem deste blogue a estas três heroínas do século 21 se faz pela apresentação de breves dados biográfico de cada uma e uma menção aos dois países onde atuam, até porque a Libéria tem uma história muito exótica e provavelmente desconhecida de muitos. Isto quer traduzir os aplausos que amanhã cantaremos, no imaginário, em Oslo.

Ellen Johnson-Sirleaf (Monróvia, 29 de outubro de 1938) é a atual presidente da Libéria. Foi a vencedora das eleições presidenciais de 8 de novembro de 2005, em que derrotou o ex-futebolista George Weah. Foi reeleita em 2011 (em segundo turno, depois de receber o o Prêmio Nobel) para um novo mandato. Líder do Partido da Unidade (Unity Party), foi a primeira mulher eleita chefe de estado de um país africano. Johnson-Sirleaf estudou na Universidade de Harvard, e participou pela primeira vez no governo liberiano durante o mandato do presidente William Tolbert, quando desempenhou o cargo de ministra das finanças (desde 1970). Em 1985, sendo candidata para ocupar um assento no Senado, criticou publicamente o regime militar, o que lhe valeu uma condenação de dez anos de prisão, embora fosse libertada pouco depois de ser presa. Depois da passagem pela cadeia, viveu no exílio até 1997, quando regressa à Libéria como economista do Banco Mundial e do Citibank em África.

Leymah Roberta Gbowee (Monróvia, 1 de fevereiro de 1972) é uma ativista africana que liderou o movimento de paz que colocou fim à Segunda Guerra Civil da Libéria em 2003. Isto conduziu à eleição de Ellen Johnson-Sirleaf. Aos 17 anos mudou-se para Monróvia, a capital, quando iniciou a Segunda Guerra Civil. Formou-se como terapeuta durante a guerra civil e trabalhou com crianças que foram meninos-soldados do exército de Charles Taylor. Rodeada pelas imagens de guerra, ela deu-se conta de que "se qualquer mudança tivesse que acontecer na sociedade, isso teria que ser feito pelas mães". Gbowee tem seis filhos.

Tawakel Karman (Ta'izz, 7 de fevereiro de 1979) é uma política e ativista dos direitos humanos iemenita .Membro sênior da Al-Islah, lidera um grupo por ela fundado, o Mulheres Jornalistas Sem Correntes. Foi presa devido a queixas de seu marido, que não sabia de seu paradeiro, e solta em liberdade condicional em 24 de janeiro de 2011. Participou do "dia da fúria" em 29 de janeiro. Em 17 de março de 2011 foi presa novamente.

A Libéria, oficialmente República da Libéria, é uma república presidencialista localizada na África Ocidental. Faz fronteira ao norte com a Serra Leoa e Guiné, a leste com a Costa do Marfim e a sul e oeste com o Oceano Atlântico. Segundo o censo de 2008, a população do país é de 4 milhões habitantes, em uma área de 111.369 quilômetros quadrados (um pouco maior que Pernambuco ou Santa Catarina.

A história da Libéria é única entre as nações africanas, devido à sua relação com os Estados Unidos. É um dos dois únicos países da África Subsaariana, juntamente com a Etiópia, sem raízes na disputa europeia pela África. Foi fundada e colonizada por escravos libertos nos estados Unidos, com a ajuda de uma organização privada chamada American Colonization Society, entre 1821 e 1822, na premissa de que o ex-escravos americanos teriam maior liberdade e igualdade nesta nova nação.

Escravos libertos dos navios negreiros também foram enviados para a Libéria, em vez de serem repatriados para seus países de origem. Estes colonos criaram um grupo de elite da sociedade da Libéria, e, em 1847, fundaram a República da Libéria, que instituiu um governo inspirado nos Estados Unidos, nomeando Monróvia como sua capital, homenageando o estadunidense James Monroe, o quinto presidente dos Estados Unidos e um proeminente defensor da colonização.

Um golpe militar liderado em 1980 derrubou o então presidente William Richard Tolbert, Jr., marcando o início de um período de instabilidade que levou a duas guerras civis no país, que deixaram centenas de milhares de mortos e devastou a economia do país. Hoje, a Libéria está a recuperar dos efeitos nefastos da guerra civil e as perturbações económicas conexas.

Iémen está no continente asiático e é formado pela união das antigas República Árabe do Iémen (ou Iémen do Norte) e a República Democrática do Iémen (ou Iémen do Sul). Ao norte encontra-se o território mais fértil de toda a península Arábica, área que junto com o vale de Hadhramaut, era chamada de "Arábia Feliz”. É composto por uma faixa costeira semidesértica, ao longo do mar Vermelho e de uma zona montanhosa mais úmida no interior, onde se desenvolve a agricultura (sorgo para consumo interno e algodão para exportação). O tradicional cultivo de café moca foi gradativamente substituído pelo do qat, planta com propriedades narcóticas. O clima é tropical, com temperaturas altas, sobretudo em Tihmah, onde as precipitações são abundantes, e na parte oriental. O sul é montanhoso e seco, com falta de rios perenes, sendo dois terços do território desérticos ou semidesérticos. Nos vales e oásis (1,2% do território) desenvolve-se o cultivo de milho, algodão e café. O país carece de recursos naturais, sendo a pesca um recurso importante.

2 comentários:

  1. Caro Chassot,
    Belas explanações sobre esses dois países que são bem desconhecidos para a maioria das pessoas. Quanto ao Nobel da Paz, independente de serem raramente doados às mulheres, neste caso é bem merecido. Abraços, JAIR.

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  2. Caro Chassot,

    desculpe meus atrasos neste espaço: este final de semestre tem sido muito atarefado. Quando a gente pensa que já terminou de colocar as notas aparece um aluno reclamando e lá temos que ir novamente revisar notas, provas etc.
    Meus cumprimentos pelo aniversário do Bernardo.

    Um abraço,

    Garin

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