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sábado, 12 de fevereiro de 2011

12.- A revolta egípcia venceu!

Porto Alegre * Ano 5 # 1654

Manhã de sábado chuvosa em Porto Alegre. É muito curtido, depois de quase nove dias – que pelos fazeres nova-iorquinos parecem semanas – estar de novo em casa. Era 18h quando pousávamos no Salgado Filho. Um pouco depois das 19 h, carrilhão da Morada dos Afagos – que precisa de corda semanalmente – já passava marcar os tempos aqui. É bom viajar, mas o melhor é estar de volta.

Já comentei aqui, que há datas que todos sabemos onde estivemos quando se estabelecem marcos que mudam a história. Alguns de meus leitores sabem onde estava em 18 de julho de 1969 quando um humano caminhou pela primeira vez na Lua. Um número maior se recorda o que fazia em 11 de setembro de 2001, no momento em que Nova Iorque e Washington foram tomadas de um pânico inédito, que se espalhou pelo Planeta.

Ontem a tarde, na sala Centurion, no aeroporto do Galeão, logo após postar a edição de sexta-feira, escrevia em meu diário pessoal que não esqueceria o local por díspares emoções: primeiro, constatar que tinha perdido, no momento que sonhava me reconectar depois de mais de 24 horas, uma pequena carteira (10 X 20 cm) que continha o 3G, relógio e outras preciosidades e quando volto a companhia aérea na lista de achados no voo não consta meu pequeno tesouro; duas horas depois, percorro uma vez mais uma quilométrica distância e recupero a carteira, desde o avião que já estava em área remota, depois de ter sido já dado como limpo.

Todavia, menos de uma hora depois, adito outra anotação, que perenizará o local de maneira mais indelével: Os 18 dias de revolta popular de egípcios derruba uma ditadura de 30 anos. Certamente guardaremos esse feito em nossas histórias.

Sábado é dia de dica de leitura. Terminei de ler antes da viagem O jardim de Darwin – Down House e a Origem das espécies” acerca da casa que Charles Darwin viveu cerca de quatro décadas, depois de voltar da viagem de cinco anos no HMS Beagle, que me fui carinhosamente presenteado pela Maria Lúcia, uma professora de Curitiba, leitora deste blogue.

Hoje vou cumprir tabela. Como não consegui fazer uma resenha do mesmo, pela primeira vez trago algo que ainda não li, apenas me fez curioso. Nem sei se vou ler. Peço que meus leitores me relevem. Vou alegar cansaço de viagem. Ontem e hoje já li muitos jornais ‘velhos’ que me aguardavam e para mim pareciam novos.

Assim, com meus votos de um muito bom saldo de sábado, trago, algo pelo menos original: Twitter ‘Clássicos da Twitteratura Brasileira’ reúne frases de autores díspares como Eike Batista e Fabrício Carpinejar, de autoria de Carlos Mora Vanegas extraído de Mirada Global.

CLÁSSICOS DA TWITTERATURA BRASILEIRA Autores: Eike Batista, Fabrício Carpinejar, Xico Sá, Silvio Lach, Flávio Gikovate, Leo Jaime, Felipe Neto e outros Editora: Suzano Papel e Celulose R$ 5 cada exemplar (24 págs.), na Livraria da Vila

Série de 15 livros, recém publicada pela editora Suzano, tenta valorizar as tecladas de até 140 caracteres, por Roberto Katz, de São Paulo. O cidadão que trabalha, vive ou visita uma capital brasileira há de deparar, em algum momento, com algo que tenha o dedo empresarial de Eike Batista.

O motorista que abastece o carro em um posto de gasolina, em Belo Horizonte, pode estar consumindo petróleo de Eike Batista. O empreiteiro que constrói um edifício na Vila Nova Conceição, em São Paulo, pode estar usando aço de Eike Batista. O pedestre que caminha na lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, estará ladeado de águas despoluídas por Eike Batista.

O que o brasileiro não esperava era adentrar uma livraria e dar de cara, entre Machado de Assis (1839-1908) e Fiódor Dostoievski (1821-1881), com um livro assinado por Eike Batista. Isso, até, 15 de dezembro, data do lançamento da série ‘Clássicos da Twitteratura Brasileira’. A coleção, publicada pela Suzano Papel e Celulose, agrupou 15 tuiteiros, em uma lista que inclui, além do empresário, o cantor Leo Jaime, o psicanalista Flávio Gikovate e o poeta Fabrício Carpinejar, entre outros. Cada um foi agraciado com um livro próprio, de 24 páginas, contendo 20 tweets.

Assim, o leitor pode escolher entre um ensinamento de Eike Batista (‘Quer ser diferente? Tem que trabalhar diferente. Tem que suar a camisa, sim!’), uma alfinetada de Felipe Neto (‘Tô me sentindo feliz... Vou dizer que amo todos vocês no próximo tweet.’), uma delicadeza de Fabrício Carpinejar (‘Passamos a amar quando telefonamos para ficar em silêncio.’), ou um desabafo de Hugo Gloss (‘BOM DIA dedo mindinho! Qual sua função na vida além de bater na quina das coisas? Vamos ser + produtivos? Obrigado!’).

Adriano Canela, gerente executivo de estratégia e marketing da Suzano, diz que a ideia da série foi mostrar que frases do Twitter, de 140 caracteres, ganham um brilho especial se impressas em papel de livro. ‘Fala-se muito sobre a ameaça do mundo digital, sobre o fim da palavra impressa. Mas esses dois meios -o papel e a tela do computador- podem ser complementares’, apontou.

Para formar a lista de tuiteiros, Canela definiu quatro temas (humor, autoajuda, relacionamento e opinião) e contratou os publicitários Paulo Lemos, Daniela Ribeiro e Rodrigo Zannin, da agência Santa Clara, para levantar nomes que se encaixassem nessa lista.

Paulo Lemos, da Santa Clara, diz que buscou frases atemporais, pouco atreladas a eventos específicos. ‘Decidimos também não publicar autores ‘fakes’ [aqueles que, em chacota, se fazem passar por celebridades]. Por isso não escolhemos o Victor Fasano, que é um clássico da internet’, contou.

Lemos diz que o número de seguidores não foi um fator determinante na escolha: ‘Publicamos o Felipe Neto, que tem 900 mil seguidores. Mas também fizemos um livro do Alexandre Rosas, que, embora seguido por menos de 5.000 pessoas, é importante em ditar tendências’. O processo, da elaboração à publicação dos livros, durou dois meses.

Adriano Canela, da Suzano, diz ter se surpreendido ao conhecer os autores. ‘Eu, como acontece nas relações virtuais, nunca tinha visto os tuiteiros pessoalmente. Mas percebi que a maioria se dedica com afinco a isso. Para eles, não é apenas uma aventura.’

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